Artigo de Opinião
Por: Fernando Gouveia
O envelhecimento da população portuguesa está a provocar
grave preocupação, porque as famílias continuam a optar por terem cada vez
menos filhos.
Segundo um estudo da investigadora Norberta Amorim, do
Núcleo de Estudos da População e Demografia, ao contrário do que aconteceu nos
últimos dois anos, o número de nados-vivos aumentou 2,1%, mas a proporção de
famílias com filhos continuou a diminuir. A agravar a situação, Portugal deixou
de ser atractivo para os imigrantes e se não houver uma inversão das
mentalidades, o país, além de ainda mais envelhecido, vai começar a ter cada
vez menos população.
O país só poderá crescer quando houver uma renovação das
gerações, o que não está a acontecer desde que se instituiu a fecundidade
controlada, primeiro com a pílula e agora com o aborto facilitado. A
investigadora realizou um trabalho na área da cidade de Guimarães e constatou
que até aos anos 60 / 70 aquela era a região mais jovem da Europa, inserida
numa sociedade conservadora, com disciplina religiosa e com vergonha de comprar
contraceptivos. Curiosamente, acrescenta, a mudança de mentalidade foi
rapidíssima. E se não houver uma reversão, vai conduzir o país ao
"suicídio".
O Ténis de Mesa em Portugal poderá entrar na mesma
situação e está cada vez mais a ser suportado por dedicados e empenhados dirigentes
e treinadores, mas também terá que haver grande esforço, para os continuar a
motivar. Estamos perante uma sociedade altamente materialista, com muitos
“complicados e complicadores”, difícil de progredir, onde a gratidão e o
reconhecimento são facilmente esquecidos.
Com as crianças e jovem a trocarem a prática regular do
desporto, pela demasiada utilização do computador, com os pais e outros
familiares a não entenderem, a possível “catástrofe” que dentro de poucos anos,
nos invadirá, com o aparecimento de doenças inevitáveis devido à inactividade
fisica. Será necessário incutir o espírito de sacrifício, para a prática
desportiva e também sensibilizá-los para uma cultura de assiduidade e
pontualidade.
As perspectivas futuras da modalidade poderão diminuir, por
as condições financeiras como poderemos verificar,
em mais de 50% do corte do Governo, para o desporto e
também grande dificuldade em conseguirem-se patrocínios, devido á precária
situação económica que retira aos clubes, Associações Regionais e Federação,
capacidade financeira para suportarem elevados custos com deslocações, alimentação,
alojamento e desenvolver muito mais a a
modalidade por todo o país.
As realidades demonstram, que sem verbas e muito poucos
elementos disponíveis para movimentar as Associações Regionais e encontrar
meios para se conseguirem novos clubes e um aumento substancial de praticantes,
não tenhamos qualquer ilusão de que teremos que fazer outras apostas
Por exemplo, o desenvolvimento do Ténis de Mesa tem que
forçosamente, passar pelo alargamento da sua base de captação de novos praticantes.
Tal reside, sem dúvida nas escolas. A formação e motivação para a prática do Ténis
de Mesa passam pela motivação de professores e alunos. Tal pressupõe uma
política de “topo”, a nível nacional, via FPTM e Desporto Escolar, mas que terá
que ter a sua implementação de uma forma muito local, descentralizada e
adaptada à realidade de cada localidade/região.
Também, uma divisão por Zonas possibilitando assim,
várias situações, que poderiam num futuro próximo provocar um aumento
substancial do número de jogadores filiados, como também uma mais equilibrada e
qualificada competição
Se olharmos para o mapa de Portugal Continental e Ilhas,
poderemos observar a sua distribuição por regiões e que poderiam muito bem ir
ao encontro das necessidades do Ténis de Mesa:
- Zona 1- Minho / Douro Litoral / Trás-os-Montes
- Zona 2 - Beira Litoral / Beira Alta / Beira Baixa
- Zona 3 - Estremadura / Ribatejo / Alto Alentejo
- Zona 4 - Algarve / Baixo Alentejo
- Zona 5 - Açores
- Zona 6 - Madeira
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