Ping e Pong

quinta-feira, 21 de março de 2013



Artigo de Opinião
Por: Fernando Gouveia

O envelhecimento da população portuguesa está a provocar grave preocupação, porque as famílias continuam a optar por terem cada vez menos filhos.
Segundo um estudo da investigadora Norberta Amorim, do Núcleo de Estudos da População e Demografia, ao contrário do que aconteceu nos últimos dois anos, o número de nados-vivos aumentou 2,1%, mas a proporção de famílias com filhos continuou a diminuir. A agravar a situação, Portugal deixou de ser atractivo para os imigrantes e se não houver uma inversão das mentalidades, o país, além de ainda mais envelhecido, vai começar a ter cada vez menos população.
O país só poderá crescer quando houver uma renovação das gerações, o que não está a acontecer desde que se instituiu a fecundidade controlada, primeiro com a pílula e agora com o aborto facilitado. A investigadora realizou um trabalho na área da cidade de Guimarães e constatou que até aos anos 60 / 70 aquela era a região mais jovem da Europa, inserida numa sociedade conservadora, com disciplina religiosa e com vergonha de comprar contraceptivos. Curiosamente, acrescenta, a mudança de mentalidade foi rapidíssima. E se não houver uma reversão, vai conduzir o país ao "suicídio".
O Ténis de Mesa em Portugal poderá entrar na mesma situação e está cada vez mais a ser suportado por dedicados e empenhados dirigentes e treinadores, mas também terá que haver grande esforço, para os continuar a motivar. Estamos perante uma sociedade altamente materialista, com muitos “complicados e complicadores”, difícil de progredir, onde a gratidão e o reconhecimento são facilmente esquecidos.
Com as crianças e jovem a trocarem a prática regular do desporto, pela demasiada utilização do computador, com os pais e outros familiares a não entenderem, a possível “catástrofe” que dentro de poucos anos, nos invadirá, com o aparecimento de doenças inevitáveis devido à inactividade fisica. Será necessário incutir o espírito de sacrifício, para a prática desportiva e também sensibilizá-los para uma cultura de assiduidade e pontualidade.
As perspectivas futuras da modalidade poderão diminuir, por as condições financeiras como poderemos verificar,
em mais de 50% do corte do Governo, para o desporto e também grande dificuldade em conseguirem-se patrocínios, devido á precária situação económica que retira aos clubes, Associações Regionais e Federação, capacidade financeira para suportarem elevados custos com deslocações, alimentação, alojamento e desenvolver  muito mais a a modalidade por todo o país.
As realidades demonstram, que sem verbas e muito poucos elementos disponíveis para movimentar as Associações Regionais e encontrar meios para se conseguirem novos clubes e um aumento substancial de praticantes, não tenhamos qualquer ilusão de que teremos que fazer outras apostas
Por exemplo, o desenvolvimento do Ténis de Mesa tem que forçosamente, passar pelo alargamento da sua base de captação de novos praticantes. Tal reside, sem dúvida nas escolas. A formação e motivação para a prática do Ténis de Mesa passam pela motivação de professores e alunos. Tal pressupõe uma política de “topo”, a nível nacional, via FPTM e Desporto Escolar, mas que terá que ter a sua implementação de uma forma muito local, descentralizada e adaptada à realidade de cada localidade/região.
Também, uma divisão por Zonas possibilitando assim, várias situações, que poderiam num futuro próximo provocar um aumento substancial do número de jogadores filiados, como também uma mais equilibrada e qualificada competição
Se olharmos para o mapa de Portugal Continental e Ilhas, poderemos observar a sua distribuição por regiões e que poderiam muito bem ir ao encontro das necessidades do Ténis de Mesa:
- Zona 1- Minho / Douro Litoral / Trás-os-Montes
- Zona 2 - Beira Litoral / Beira Alta / Beira Baixa
- Zona 3 - Estremadura / Ribatejo / Alto Alentejo
- Zona 4 - Algarve / Baixo Alentejo
- Zona 5 - Açores
- Zona 6 - Madeira


Sem comentários:

Enviar um comentário